terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Eu Aceito.



       Lembrei de nós dois naquele nascer do sol que tanto me marcou.
       Primeiro beijo, primeiro abraço, primeiros passos... E eu aceito dividir tudo o que eu sinto por você, com você claro.
       Te amo, meu anjo. Namora comigo até o fim?

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Eclipse Solar

       Começo este texto citando e refletindo um trecho de Djavan que diz assim: "Quem não tem pra quem se dar, o dia é igual a noite". Eu vivi na escuridão de uma noite de lua nova, na maioria do tempo. O máximo que vi do sol foi seu reflexo na lua, que de vez em quando, pra me mostrar que o sol ainda existia, se enchia. Um dia desses, vi, repentinamente, sem nem mais ter expectativas, o sol nascer bem em minha frente depois de uma noite de lua cheia. Meu coração se encheu de alegria, por algum momento. Até a lua tomar conta total da minha manhã.
       Num eclipse já esperado, vi meu dia virar noite, mesmo o sol estando lá. Os medos, os julgamentos, a dor, a confusão... Todos esses sentimentos cobriram meu sol totalmente. Me vejo numa encruzilhada sem saber que rumo tomar. Sei que quero o sol me iluminando, mas não sei como tirar essa escuridão. E pensando nisso, Djavan me diz: "Não existe amor sem medo". Até concordo, mas, hoje, ainda não sei como entender e sobreviver neste eclipse constante, sabendo que posso ter meu sol pleno bem ali em minha frente, sem que não haja sombras de medos e dúvidas sempre me impedindo de enxergar e viver.
       Não sei bem o que sinto, mas me sinto bem, porém muito nervoso em ter em minha frente a oportunidade que sempre sonhei, e não saber se vou conseguir tê-la comigo. Não saber se estou fazendo o certo, se estou fazendo certo, não saber se vai dar certo, ao mesmo tempo que me excita me deixa confuso, ou mais confuso, que eu geralmente sou.
       "...Hoje eu sei não são miragens, noites com sol", nem manhãs sem ele.
Bom dia.

domingo, 7 de outubro de 2012

"Só o amor é luz"

       Aqui estou de novo no escuro, no breu total. O escuro transforma os limites em infinito, rompe a barreira de quem "estou" e aflora o quem "sou". Deixo de ser casca para ser carne, deixo de ser visão e passo a ser calor. A escuridão transforma meu corpo em apenas coração pulsante e pensamentos inquietos, me conecta comigo mesmo e aguça minha percepção do mundo infinito que há em mim.
       O escuro transformou meus medos em conforto, o caos em calmaria, o silencio interno em gritos e choros de alegria. No escuro posso ver o amor, sentir seu toque, seu cheiro, ouvir sua voz... O escuro me ensinou que o mundo dialoga e te ensina muito mais do que você pode enxergar. O escuro me fez ver as coisas que não se vê, ouvir o que não se ouve e sentir o que desde sempre deveria estar em mim e eu não conseguia incorporar.
     Ao ponto em que não podemos enxergar nada, quem somos nós e quem são os outros? Qual a diferença entre o corpo e a alma? Quais as fronteiras intransponíveis? O que é belo? O que é errado?

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Hoje é dia de Guerra, Bebê!

       Jogado no chão como se fosse despejado junto com todo o lixo que está ao meu redor. Feridas ainda abertas insistem em não cicatrizar e a dor da alma supera a dor carnal. Estirado, enrolado em trapos sujos e fétidos, sinto minhas entranhas apodrecerem, como se já houvesse morrido. A morte veio me visitar, não quis receber, mas comi as sementes que me deste. Estou morrendo por dentro.
       É a guerra, meu bem! Ela um dia chega para nós, também. Dessa vez chegou devastando meus sonhos, nosso futuro, meu caminho. Furacões e terremotos me puseram de cabeça para baixo. Me sinto tonto, me sinto fraco, sinto fome, sinto frio, sinto ainda mais medo. Dos meus olhos não saem mais lagrimas, por mais que eu tente, dos seus saem um rio.
       Espero suas mãos leves pra limpar o sangue do meu rosto, em formas de carícia; seus braços castos para me apertar contra seu peito, para que eu consiga ouvir um coração que ainda bate por nós. Me veste uma roupa limpa, cuida de minhas feridas, me ama.
       Tira essa armadura, anjo! A guerra não há de durar, os ventos já estão mais calmos e a terra não treme mais. Deixa o rio seguir seu curso para que as sementes possam germinar. Joga fora essas armas, não há de ter mais mascaras, esquece os planos de fuga e fica pra cuidar do que desde sempre já era seu.

sábado, 14 de julho de 2012

A Criança

       O amor é como uma criança pintona. Sabe aquela criança que chega e bagunça tudo, mas você se apaixona por ela? Assim é o amor. É aquele filho daquela prima, que um dia ela pede para você tomar conta. É só ele chegar que já quer brincar com tudo, mexe em tudo, se pendura nas janelas, risca suas paredes, rasga suas revistas, espalha brinquedo pela casa toda... Enfim, causa o verdadeiro furdunço na sua casa, que até então era bem pacata.
       Ai sua prima pede para você ficar com ele mais um dia! E de novo é aquela bagunça. Só que você já começa a se acostumar, até acha engraçado sua casa estar desse jeito, até se diverte... Até que o telefone toca. É sua prima vindo buscar o menino pintão. E ela faz isso. E você se enxerga novamente sozinho, com sua vida pacata e com a casa toda bagunçada, tendo que dar conta da bagunça e se virar pra arrumar tudo de novo. Até que você consegue arrumar tudo, mas você não consegue limpar os desenhos na parede. E isso vai fazer você lembrar de tudo que se passou nesses dias que a criança esteve na sua casa.
       É assim que o amor se apresenta para mim. Alguém vem, "deixa" o amor para eu tomar conta, e no auge da minha bagunça e alegria esse alguém vem e leva esse sentimento de dentro de mim. Só me restando ter de arrumar tudo de novo, apesar de sempre ter uma parte da parede riscada, sempre me mostrando que o amor passou aqui e deixou sua marca no meu coração.

"Deixa as crianças em volta de mim"
(Jorge Vercillo)

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Lua

       Sonhei com a Lua. A maior lua que poderia ser vista da terra. Era como se ela quisesse entrar na terra para me trazer algumas confissões latentes lá, para que eu pudesse ver tudo que mandei de perto. Eu achava a sua presença por de trás dos prédios a coisa mais deslumbrante que meus olhos ousariam ver por toda a minha vida.
       Senti meu coração sofrer com sua aproximação como as marés. Meus fluidos e minha cabeça sentiam a diferença na gravidade. Enquanto ela me devolvia pensamentos e confissões eu aproveitava para mandar mais, num tráfego de pensamentos muito ligeiro, antes que isso tudo acabasse. Era como se ela só estivesse alí para só por minha causa.
       E foi só para mim. Acordei com essa sensação de mudança de gravidade, acordei com a sensação de realidade. A lua veio até mim esta noite, cheia, cheia de luz iluminar meus pensamentos e me tirar da minha órbita de dúvidas. Um novo ciclo se inicia!

sábado, 30 de junho de 2012

Vômito

Vomitei como uma forma de desintoxicação. Tirei de mim as coisas mal digeridas que ficaram acumuladas em mim, sem que tivesse notado. Botei todas as minhas drogas para fora do meu sangue para fora. Limpei minha alma e lavei minhas mãos desse mal estar.
De frente para o espelho vi um rosto cansado, porém aliviado. Lavei a boca de tudo que havia saído de podre. Senti minhas pernas fraquejarem, minhas mãos tremerem, e meus olhos caídos choravam de dor. Vi a cara de preocupação de quem me rodeava. Foi um sofrimento em vão.
Mas era necessário me desintoxicar dos amores efêmeros e ódios duradouros. Purificar meu corpo das coisas que não estavam me fazendo bem.